Na última sexta-feira (03/05), o governo de Jair Bolsonaro anunciou um corte de 30% no repasse de recursos para todas as universidades e institutos federais do Brasil.
Em Registro, no Instituto Federal de Registro aconteceu nesta segunda-feira (06/05) um ato contra o corte de recursos. Na ocasião, além de várias falas de estudantes, o Diretor do Campus, Walter Varella, afirmou: "Nós temos aqui uma quantidade de jovens, todos alunos do Vale do Ribeira, eles não estão pedindo nada, a não ser uma educação de qualidade e a manutenção desse campus. Todo o Vale do Ribeira é beneficiado por esses alunos. Não a este corte absurdo."
Com este corte, os Institutos Federais ficarão sem dinheiro para água, luz, manutenção e materiais, universidades e institutos federais podem ter funcionamento inviabilizado. Para evitar prejuízo a alunos, instituições pedem que MEC reverta bloqueio orçamentário.
Se esta medida não for revertida, as consequências serão graves para o desempenho das atividades da universidade no segundo semestre de 2019. UFPR diz que despesas comuns, como contas de água e luz, serão diretamente atingidas pelo bloqueio.
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) comunicou que, com exceção da assistência estudantil, todas as demais ações tiveram valores bloqueados, somando mais de R$ 18 milhões. De acordo com a instituição, "o bloqueio destes valores e, se posteriormente traduzidos em cortes, inviabilizarão o funcionamento de vários serviços da universidade".
O reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, disse, em entrevista à rádio da instituição, que em um orçamento já insuficiente para fazer face aos compromissos, um corte de 30% decreta a "absoluta inviabilização do funcionamento da universidade".
A UFBA verificou a existência de um bloqueio de 30% da verba destinada ao pagamento de despesas ordinárias, como água, energia, telefone, manutenção de espaços e equipamentos e pagamento de pessoal terceirizado. O valor bloqueado é de R$ 37,3 milhões e, se for confirmado, "terá impacto significativo no funcionamento da universidade até o final de 2019", informa a entidade em nota.
A Universidade Federal Fluminense (UFF) também contatou o bloqueio de 30% dos recursos disponíveis para manutenção das atividades, como bolsas e auxílios a estudantes e despesas fixas, como água, luz, limpeza e segurança. De acordo com a entidade, "se confirmada, esta medida produzirá consequências graves para o pleno funcionamento da universidade".
O Conselho de Administração da UnB manifestou "profunda apreensão" com o bloqueio de 30%. "Restringir ainda mais os recursos de custeio impossibilitará a universidade de realizar pagamentos de serviços básicos de manutenção, tais como água, luz, limpeza e segurança, bem como de adquirir insumos e suprimentos essenciais para laboratórios, podendo causar graves prejuízos à formação dos estudantes e às atividades de ensino, pesquisa e extensão, a partir do segundo semestre de 2019”, informou em nota.