Em mais um episódio que evidencia o distanciamento do Executivo com as pautas de interesse da população, o Prefeito Samuel Moreira vetou integralmente o Projeto de Lei nº 16/2025, de autoria do vereador Jefferson Pécori. A proposta previa a obrigatoriedade da divulgação de informações no site oficial da Prefeitura sobre obras públicas paralisadas no município — incluindo os motivos, tempo de interrupção, medidas tomadas e nova data prevista para conclusão.
O veto, publicado no fim de março, é mais uma demonstração da resistência do prefeito em adotar medidas que aumentem a transparência e o controle social sobre a gestão pública. A justificativa apresentada se apoia em argumentos jurídicos de "vício de iniciativa" e "ingerência administrativa", numa tentativa de desqualificar uma proposta que, na prática, atenderia diretamente ao direito do cidadão de saber onde e por que o dinheiro público está parado.
O projeto de Pécori é simples e objetivo: dar publicidade ao que está escondido nos bastidores das obras paradas, tantas vezes abandonadas sem explicações. Em vez de apoiar a proposta, que contaria com custo praticamente nulo para os cofres públicos, o prefeito preferiu blindar sua gestão de questionamentos e reforçar a cultura da opacidade.
Esse não é um caso isolado. Já virou rotina na Câmara Municipal: projetos propositivos do vereador Jefferson Pécori são sistematicamente vetados pelo Executivo. É como se qualquer iniciativa que venha da oposição fosse automaticamente tratada como uma ameaça — mesmo quando representa avanços óbvios em transparência, cidadania e participação popular.
Pécori critica o uso recorrente do argumento da “inconstitucionalidade” como ferramenta para barrar tudo que não agrade ao Executivo. "A transparência não pode ser vista como incômoda. Quem administra com responsabilidade não teme o olhar do povo", completou.
Em tempos em que se fala tanto em ética, integridade e gestão eficiente, barrar uma proposta que joga luz sobre o andamento das obras públicas é, no mínimo, um contrassenso. O cidadão quer respostas — o Prefeito, ao que tudo indica, prefere o silêncio.