MULHERES EM LUTA POR UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA
A desigualdade entre homens e mulheres não é natural, mas construída
pela sociedade que forma as mulheres para serem submissas aos interesses dos
homens. Denomina-se as relações de superioridade dos homens perante as mulheres
como machismo ou patriarcado, que vem da ideia de que o homem é o chefe e
detentor de todo o poder na família e pode determinar o destino de todos os
membros. Relações sociais de gênero é outra maneira de chamarmos essas relações
desiguais, justamente com o objetivo de caracterizá-las como uma construção
social e não como algo que resulta da natureza ou sexo biológico.
As mulheres foram educadas para serem frágeis e doces. Espera-se e
permitem-se posições diferentes para cada um: o feminino e o masculino. E ainda
o que é feminino é desvalorizado em relação ao que é masculino, por exemplo: é
comum ouvir que os homens desenvolvem mais capacidades intelectuais, enquanto
que as mulheres desenvolvem mais capacidades afetivas e, por isso, seu destino
inevitável seria o cuidado, o afeto e a prioridade às tarefas domésticas e a
maternidade como parte da reprodução biológica.
É esse modo de educar e de socializar que inferioriza as mulheres diante
dos homens. Muitas vezes somos consideradas coisas, objetos de posse e sob
poder dos homens e, portanto, inferiores e descartáveis. A situação de
dependência afetiva, financeira e a falta de amor próprio fragilizam ainda mais
as mulheres, tornando-nos cada vez mais vítimas de todas as formas de violência
em suas diversas faces. Por isso, a igualdade entre homens e mulheres e a
autonomia das mulheres em relação aos homens são condições indispensáveis para
o combate ao machismo, ao racismo e a violência sexista.
VIOLÊNCIA SEXISTA E SUA MARCA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
A desigualdade entre homens e mulheres ainda se apresenta com muita
força em nossa sociedade. A mais dura expressão disso é a violência que a
mulher sofre simplesmente por ser mulher. A isso denomina-se violência sexista.
As situações de violência são uma demonstração do poder dos homens sobre
as mulheres e, geralmente, são justificadas por argumentos relacionados ao que o
machismo determina como o modo das mulheres
se comportarem. Por exemplo, quando um homem agride fisicamente uma mulher é
comum dizer que ela não fez bem o seu trabalho, não se comportou bem, não fez cumpriu seu papel. Ou ainda,
que ela pertence a ele como se fosse um objeto à disposição.
Quando uma mulher é assediada na rua, sendo obrigada a ouvir gracejos ou
piadas, ela esta sendo tratada como objeto. Como se estivesse disponível
simplesmente porque, para o machismo, está em posição de inferioridade.
A violência sexista esta presente em todos os lugares onde convivem
homens e mulheres: na rua, no trabalho, na fábrica, no campo, nas escolas, nos
espaços de lazer, nos transportes públicos, nas redes sociais, etc. Porém no
espaço intrafamiliar acontece com mais freqüência.
Há muita dificuldade em se abordar o tema da violência sexista, pois, na
maioria das vezes acontece entre pessoas muito próximas: os agressores costumam
ser os maridos, namorados, pais, parentes, colegas de trabalho. Por isso, não é
um exagero dizer que essa situação coloca as mulheres em um ambiente de insegurança.
É comum que sintamos medo e necessidade de estarmos sempre atentas, ate porque
é mais comum ainda que sejamos nós as culpabilizadas pela violência sofrida e,
há quem diga ~ machismo de cada dia ~, por não saber evitá-la. Essa soma de fatores torna ainda maior a
dificuldade das mulheres denunciarem e reagirem.
Todas as mulheres são afetadas pela violência sexista, mas algumas estão
mais expostas por enfrentarem situações que as fragilizam, tais como condições de
dependência por exemplo, o isolamento , a dependência financeira, idade, devido
a discriminação racial, religiosa ou por orientação sexual. Mulheres migrantes,
refugiadas de guerra e integrantes de etnias discriminadas, como por exemplo,
as indígenas, também estão em situação vulnerável às violências.
Aqui na região do Vale do Ribeira a violência contra a mulher tem tomado
proporções desastrosas. Em uma breve procura em sites de busca é espantoso o
número de casos de mulheres que morreram vítimas de estupro seguido de morte,
atropelamentos, afogamentos...devastador.
Casos mais recentes como o de Janaína
Santos, 28 anos, estuprada e morta cruelmente; Jéssica Trianoski, 26 anos, que após sofrer várias ameaças, foi
atropelada pelo ex-namorado, exigem que nós MULHERES DE TODA A REGIÃO nos
reunamos e juntas lutemos por JUSTIÇA e combate EFETIVO ao
feminicídio/misoginia/machismo que todos os dias MATA UMA DE NÓS.
Para tanto, a Marcha Mundial das Mulheres do Vale do Ribeira propõe um ATO PELA VIDA DAS MULHERES ASSASSINADAS NO
VALE DO RIBEIRA, o qual se dará dia 26/05, à partir das 17:00h na Praça Joia,
em Registro.
O ato será composto por:
- Roda de conversa sobre violência,
impunidade e ESQUECIMENTO.
-Assinatura de abaixo-assinado COBRANDO
maior segurança às mulheres que denunciam às violências sofridas e maior
EFETIVIDADE do trabalho das políticas públicas da região no que se refere ao
atendimento HUMANIZADO das mulheres vítimas das mais diversas formas de
violência, em todas as suas particularidades.
Contamos
com a presença de todas as mulheres de Registro e região do Vale do Ribeira!!!
Soma com a gente! Traga suas amigas, mães,
irmãs...
Quanto
mais mulheres, mais forte nos tornaremos!
NÓS
POR NÓS!
SEGUIREMOS
EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!
Marcha Mundial das Mulheres.