segunda-feira, 12 de março de 2018

Escolas fechadas e o silêncio do professor vice-prefeito Nilton Hirota: a história não perdoará os covardes


Nilton Hirota, atual vice-prefeito, tem largo histórico profissional e militante na Educação. É, atualmente, Supervisor de Ensino e está ocupando uma das vagas como Conselheiro Estadual da Educação, talvez, o mais alto grau de controle social do professorado no Estado de SP. Também foi Professor do CEFAM, Diretor de Escola Estadual desde 1988 e Supervisor de Ensino desde 1998. 

De influenciador e professor de cursinhos para professores em concurso, Hirota passou a mordomo da autoritária, ineficiente e antipopular gestão de Gilson Fantin, condescendente com os retrocessos na educação e, principalmente, com o fechamento de escolas no município de Registro. 

A gente até entende um empresário alienado - com nenhuma noção de pedagogia e nenhuma responsabilidade/sensibilidade social - encampar uma luta desenfreada para fechar escolas. Agora, o silêncio covarde de um professor, com Mestrado em Educação, é inaceitável. Nilton Hirota não está, apenas, manchando sua biografia docente, está entrando para a história como um professor que impôs retrocessos à classe professoral e que enterrou a ideia de educação como processo de emancipação e autonomia dos educandos. 

Em sua dissertação, Nilton Hirota afirma que "identidade é metamorfose", nós, cientes do que isso significa, ampliaríamos essa interpretação ao seu caso, de condescendente professor que ocupa o cargo de vice-prefeito e aceita o fechamento de escolas. Nesse caso, para Hirota, seria junto dizer que identidade não é metamorfose e mesmo que fosse, nem sempre positiva, como no seu caso, problema este resolvido com uma overdose de cinismo. 

Sua dissertação de Mestrado de 2006, que investiga a formação continuada dos professores é caminho para o seu cavalgante atual silêncio covarde: não se pode dizer de Hirota o mesmo que disse, certa vez, Fernando Henrique Cardoso, "esqueçam o que eu escrevi". 

Na verdade, Hirota põe em prática a ideia de formação continuada, é claro, não baseada em nenhum teórico da educação ou ideia emancipatória, mas a formação continuada, com os pilares do pensamento único e da educação bancária que a convivência com os tucanos lhe acrescentou: além do mencionado cinismo, a árdua defesa para que a educação pública seja sucateada e que, em especial, a educação de nossa gente do campo deve ser relegada à segunda ou terceira categoria, como revela o especial esforço de Fantin e o silêncio de Hirota sobre o fechamento de inúmeras Escolas do Campo e, especialmente, da tentativa, fracassada, graças ao esforço da comunidade e da Defensoria Pública, de fechar a Escola Quilombola do Peropava. 

O vice-prefeito Nilton Hirota se cala, ainda, não apenas para o absurdo fechamento das escolas, mas também para o atraso nos uniformes, para a defasagem salarial dos profissionais da educação, para os riscos de acidente nos berçários das Creches, para as condições perigosas e vergonhosas do transporte escolar, para os retrocessos na política de alimentação saudável das refeições escolares. É um desastre administrativo-pedagógico, uma página de um professor na Administração Pública que todos teremos que recordar para não repetir jamais. É um silêncio covarde com as maiores pobres e oprimidas que tanto necessitam de uma educação emancipadora. 

Nesse caminho que decidiu trilhar, ao lado dos Senhores da Casa Grande, mas rejeitado na mesa do jantar, ficando, mesmo a contra-gosto, relegado à companhia dos Capitães do Mato, Hirota ficará encarcerado entre o passado e o futuro, pois não foi capaz de entender os anseios de nossa gente por uma educação de qualidade e suas ações nos levaram ao futuro do passado, que é seu lugar merecedor. O vice-prefeito de Fantin ficará relegado ao já grandioso lixo dos covardes, aqueles que deixaram de lutar pela educação pública, universal e de qualidade, à qual pertence nossa pior estirpe nacional: aquelas que bajulam e lambem as botas da Casa Grande. 

Como pode um professor se calar diante do fechamento e da tentativa de fechamento de uma série de escolas em toda a cidade de Registro? O que ganha Nilton Hirota ao aceitar os retrocessos impostos por Gilson Fantin à educação do povo registrense?

O mínimo que se esperaria de uma professor que ainda presa por alguma ética humana é a renúncia ao cargo de Conselho Estadual da Educação, porque hoje Hirota é adversário e não defensor da Educação. A história não perdoará os covardes. A história não lhe perdoará, Nilton Hirota.